segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

O MENINO JOSUÁ

A fome que me mata aos poucos, deixa minhas costelas aparentes, meu corpo fraco, minha visão turva e o descaso bem aparente. A fome da ignorância grita em mim, morro todos os dias quando meu corpo clama comida e água, e nada tenho para ingerir. 

As câmeras me filmam como se eu fosse uma estrela, mas que tipo de estrela eu sou se estou apagando e todos estão preocupados apenas com a divulgação da pobre criança abandonada e rejeitada, criam reportagem em cima da minha desgraça, acham que a solução do problema é me dá um pão seco que eu como, mas não mata quem está me matando, a fome, a miséria, o descaso, o esquecimento, a falta de solidariedade e amor. 

Eu sou criança, mas desconheço o que é brincar. Se alguma outra criança rechonchuda se aproxima de mim, eu começo a admirá-la. Tão bem tratada, as pessoas não a olham com olhar penoso, como olham para mim, eles não a filmam, pois ela não está no mesmo meio desgraça que eu. 

Um dia me deram um livro, olhei ele de lado, de banda, de cabeça para baixo e o abri, folheei, tinha um monte de coisas pretas, pensei que eram formigas esmagadas e minha barriga roncou. Eu dei-lhe uma mordida, não tinha um gosto bom, as pessoas que estavam fazendo reportagem começaram a rir de mim, eu não entendi, continuei a morder, mas era tão duro que eu não consegui arrancar um pedaço, com os olhos arregalados, meu rosto magro, minha pele flácida e meu corpo tremendo perguntei: isso é comida?

E um rapaz simpático se aproximou com outros livros nas mãos e me respondeu: isso não é comida, Josuá.  Ainda sem entender o que era um livro, perguntei: o que é um livro? Folhas com formiguinhas pretas esmagadas?. Ele não me respondeu, então continuei no chão sem forças. Minha barriguinha continuou a roncar, mas ninguém fez nada, pelo contrário, uma mulher arrogante falava que, o material colhido sobre a criança indigente, iria ser sucesso para eles. 

Mas juntamente com a equipe tinha uma criança rechonchuda e ela tentou se aproximar de mim, mas a sua mãe, a mesma mulher arrogante, gritou e correu para tirar sua filha de perto de mim. Me senti tão humilhado, rejeitado e excluído. E eles se foram, me deixando mais uma vez sozinho, sem um lar, renegado pela sociedade, sobrevivendo dias longos como indigente. 

Até que um dia, um casal simpático que passava próximo de onde eu estava, veio até mim, se comovendo com a situação que eu me encontrava, a moça me acolheu em seus braços e não conseguia falar nada, estava sem forças e com muita sede.

 O casal tratou de mim, fiquei alguns dias no hospital, logo após fui adotado, ganhei um lar, uma vida digna e hoje me formei, dando orgulho a meus pais adotivos. Hoje percebo que nem todas as pessoas são ruins e que às vezes, Deus manda anjos para resgatar os mais necessitados. Eu fui salvo e estou me sentindo muito amado, digno e feliz.


-Nívea Alves

O CONTROLE DA VIDA


  Nunca foi sobre está no controle das nossas vidas,existem momentos em que nós nem se quer sabemos a direção ou até mesmo quem somos.
  Pensamos que tudo sabemos, mas a verdade é que sempre vai existir uma nova lição a cada dia e que as vezes nos assusta, será que iremos dá conta? Mas a grande questão é que todos os dias temos caminhos, metas e sonhos que por vezes não sai como planejamos, porquê nunca estamos no controle.
  Não é sobre ter medo do que está por vir, mas sobre encarar e viver os desafios que nos moldam, é sobre adaptar-se ao novo e sair da zona de conforto.
  A vida é sobre entender que nem sempre iremos realizar os nossos sonhos, mas que iremos dar o nosso melhor e está tudo bem se as vezes der errado, cair, chorar e se decepcionar faz parte do processo, enquanto houver vida sempre haverá chance para tentar, para planejar um novo sonho.
  Nós não estamos em uma competição, não é sobre ser o primeiro, não é sobre sempre vencer, mas sim, sobre saber que cada pessoa tem o seu tempo, não adianta olharmos de lado, que sejamos capazes de olhar para frente e seguir nossos caminhos em busca da mudança, das realizações e dos nossos desejos.

-Nívea Alves

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

TEMOS O PRAZER DE NOS APRESENTAR!

 


Para quem não nos conhece, temos o prazer de nos apresentar, nos chamamos Nívea,- Lícia-Fabiana , gostamos de escrever e navegar nas entrelinhas. Não gostamos de identificar nossos textos com gêneros, são textos e só isso você precisa saber, se ao ler você resolver denominar como poesia, conto, cordel, poema, cantoria ou até rimas de rap, fique à vontade.

Nosso estilo é livre, não nos prendo as regras, escrevemos o que tem na alma e o que o coração conduz, nem sempre escrevemos certo, pedimos perdão por isso, mas se tu soubesse o quanto eufórico é um escritor, tu nos entenderia.

Escritor é muito além de escrever coisas fofinhas, vai do romântico, até aquele texto de pura melancolia, alguns arroxam em rima, outros adoram não rimar, talvez porque não saibam, ou não nasceram com esse dom, mas nem por isso o texto perde o encanto, tudo fica na perfeita harmonia.

Para você nosso caro leitor, nosso caro inspirador ou até mesmo nosso seguidor, pedimos paciência e também agradecemos do fundo do coração por acreditar na nossa escrita.

Nosso estilo de texto é livre e ousado, nem todo mundo fica conformado, mas é assim que nós aprendemos a nos expressar, palavras que não saem da boca e acabam no papel, dando forma a inúmeras possibilidades de ter essa flexibilidade no decorrer do papel.

Queremos deixar claro que respeitamos todos os estilos de escrita e que esse texto não é crítica, mas é o nosso jeito de expressar que quem escreve sem gênero não deixa de ser menos escritor, poeta, cordelista, contista, cantarolista e ser bem vista na nossa sociedade das letras.

-Nívea Alves


quarta-feira, 14 de outubro de 2020

O NOSSO FIM, FOI UM RECOMEÇO PARA MIM!

 


Já tinha acabado a muito tempo, tentei insistir, eu tentei, mas não deu. Não deu para aguentar seu modo grosseiro de viver, seu ciúme doentio e suas palavras que agrediam meu corpo e minha alma.

Não sei onde consegui forças para dá um basta nisso tudo, eu estava sufocando, morrendo aos poucos em um relacionamento tóxico, que feria minha integridade física e emocional.

Antes de anunciar o fim, já tinha acabado, mas eu tinha a esperança boba de tudo voltar a ser como era no início, mas foi ai que me dei conta que quando o relacionamento esfria, não tem volta, e as vezes o ponto final é necessário, porque não existe continuação.

Onde eu ia parar? Minha vida era mais choro do que sorrisos, mas discussões do que amor. O fim se pronunciou e o nosso amor sufocou, morreu cada dia um pouco mais e a gente deixou, não fizemos nada para evitar, porque no fundo sabíamos que não tinha nada que pudéssemos fazer.

É chegamos ao fim, repletos de calos, hematomas e dores, porque o que eram flores se tornaram espinhos e pedras, nos machucamos, nos feriamos, afinal onde ficou todo aquele amor? Ele morreu no dia a dia? Ou no momento em que você me deixava sozinha em casa e ia beber com seus amigos? Ou naquele dia em que você levantou a voz e proferiu palavras ofensivas? Ah propósito, lembra daquela promessa que você vez no altar, de respeitar? Pois é, o respeito acabou quando seu punho fechado foi de encontro a minha barriga e logo após quando sua mão foi de encontro a minha garganta, e me impediu de respirar.

Fiquei com dores por vários dias, pensei que você fosse pedir perdão e que por amor, tudo era válido, mas que amor é esse que fere, machuca e é capaz de ser feroz? Acabou o que não era para se estender por tanto tempo, tola fui eu que pensei em construir uma família ao seu lado, uma família que estava prestes a começar e que você matou com um golpe certeiro, que além de acertar a minha barriga matou o fruto de uma noite de amor.

Você é um assassino, assassinou o nosso amor, o respeito e a admiração que eu tinha por você, junto ao nosso filho você também me matou, e ali foi o fim, foi a gota d’água. Eu sei que não sou perfeita, mas também sei que mereço bem mais que isso, mereço bem mais que um amor meia boca, um relacionamento abusivo e tóxico. Nosso plano era somar, só que você subtraiu e se excluiu, e quer saber? Eu te agradeço por isso, porque a soma de você comigo é nada, porque é exatamente isso que eu sinto quando olho para você, o nosso fim, foi um novo recomeço para mim.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Coronel vírus


Vivemos tempos difíceis, onde o medo está em nosso olhar, onde o coração fica aflito e o desespero fala mais alto. Para alguns é apenas um vírus, mera ignorância, uma doença que mata, não somente fisicamente, mas mentalmente e espiritualmente.
Além de atacar nosso pulmões, aflige a nossa alma e nos mostra que somos “nada”, e que a ciência é tão humana quanto nós.
Há quem diga que é castigo divino, outros falam que é bobagem, brincam, sorri sem máscara e deixam suas vidas em risco mortal. É muito além de ser apenas um vírus, uma gripezinha, é muito além do que possamos descrever. Mexe com o nosso corpo, com a mente e com a nossa alma, nos tira o fôlego, nos faz duvidarmos da nossa ignorância, nos faz sentir pânico ao dormir e ao acordar, nos afasta de abraços quentes e nos presenteia com problemas pulmonar, dor de cabeça, febre, nos deixa atordoados para que possamos passar por cima do nosso ego e orar.
Não chamo de vírus, mas de moldura, atinge dos ricos aos pobres, o poder, a ganancia, o egoísmo e a ignorância se desfazem para o “coronel vírus” passar.
Deixe-o passar, deixe-o nos mostrar que o ser humano é apenas uma criação divina, mas que somos frágeis, impotentes e inúteis, somos egocêntricos e precisamos de ajuda do ser mais evoluído do universo: Deus.
Só ele tem o poder de curar, salvar e nos da a oportunidade de nos moldar, refletir sobre nós mesmos, sobre nossos erros, sobre como nosso lar é importante, como a nossa família é única, sobe como devemos selecionar amigos de colegas, sobre ter medo, mas acima de tudo sobre como ter fé, perseverança, humildade para reconhecer nossas falhas, sobre a esperança e por último, mas não menos importante, sobre sabermos quem é Deus, quem é o dono do mundo, quem é o único que renova e restaura a nossa vida e a nossa saúde.
Corona não é maldição ou doença, é a oportunidade de demonstrarmos a nossa fé e refletirmos sobre nós mesmos, é a oportunidade de amar o próximo e de amarmos o mundo, ao invés de destruí-lo, é a oportunidade para restaurar laços familiares e de valorizar o simples como o ar que respiramos e agradecer por acordar mais um dia.

-Nívea Alves

SER DE SI




Ela é tão dela, tremenda mulher de uma leveza sem igual, com ritmo e sorriso contagiante. Uma deusa, uma rainha, uma dama, uma sereia, uma mulher que é tão de si mesma que causa inveja.
Ela é tão esperta de alma doce, de sorriso frouxo, coração mole e de jeito único. As vezes fala alto, pula, brinca, imagina, cria, ela é uma verdadeira obra de arte de dentro para fora, que mulher!
Ela é tão leve que parece brisa, que deusa! Deusa grega? Não, deusa nordestina de sangue quente, cabelos brilhosos, olhos castanhos e quando fica brava parece um touro valente, defere xingamentos, ironia e ignorância, a sua leveza some, dando origem ao furacão que existe dentro dela, vixe, ela é toda valente!
Ah que mulher mais bela, que ser encantador, ser de si, sem se preocupar com o que os outros vão achar, ela é tão gentil que se olha no espelho e diz: que mulherão lindo!
Que mulher! De autoestima elevada, não precisa ser elogiada, ela mesma se elogia, sabe o seu valor e saber onde quer chegar.
Ela é tão dela que o amor exala por onde ela passa, conquista o respeito, a igualdade, sem regalias, porque ela sabe do seu potencial, não precisa de benefícios, ela cria suas próprias oportunidades e faz acontecer. Ela é um ser único, divina mulher, que sabe o que quer.

-Nívea Alves

terça-feira, 12 de maio de 2020

LEVADO PELO MAR



Meu coração sentia o dor da saudade e juntamente com ele eu sentia o peso das lágrimas, sem rumo, sai andando, até que uma brisa leve tocou meu rosto, levando a minha atenção para aquela paisagem que trazia uma leve paz para o meu coração inquieto.

Pisei na areia da praia, sentido a energia da areia em meus pés, caminhei rumo ao mar, sendo abraçada pela ar marítimo que enchia meus pulmões. Senti a água banhar meu corpo, como se fosse possível lavar toda aquela saudade que eu estava sentindo de você, não contive as lágrimas, doía tanto lembrar que você se foi, sem nem ao menos me dizer adeus.

Sai da água e sentei na areia, fiquei olhando o sol se pôr e respirei fundo, mas não pude me conter, ás lágrimas desciam com fervor e toda aquela linda paisagem me lembrava você. O som das ondas quebrando, era o mesmo do meu coração, quando te vi cair da prancha em meio àquela imensidão de água salgada, você não voltou, nunca voltou, porque você se foi?

-Nívea Alves


O MENINO JOSUÁ

A fome que me mata aos poucos, deixa minhas costelas aparentes, meu corpo fraco, minha visão turva e o descaso bem aparente. A fome da ignor...