quinta-feira, 17 de outubro de 2019

PASSARINHO OU PÁSSARO?



Um dia você é um passarinho com medo de voar, sem saber ao certo onde pode chegar, cheio de medo do que pode encontrar, com medo da altura, medo de cair e errar. Em outro dia, você vê os outros passarinhos saltando das árvores, alguns alcançam voos altos, outros um pouco mais baixo, alguns caem, mas continuam a tentar. E aí, você percebe que todos tem um proposito: voar.
Você passa a observar uma árvore bonita e enorme que fica longe do seu ninho, e por um momento se imagina no topo dela e como a vista deve ser linda lá de cima... Os dias começam a passar e você a sonhar com a grande árvore, e depois de tanto sonhar e também sentir medo, você dá um passo sem perceber que está na beira do seu ninho e num descuido, você cai da árvore e sai da sua zona de conforto, tendo que encarar os seus medos.
Você fecha os olhos e abre as suas asas, espera a queda, mas se surpreende com o seu voo, fica tão impressionado com a sua capacidade que distraído bate com a cara em uma árvore e caí no chão.
Você percebe que está sozinho e tem uma decisão a tomar, ser um passarinho medroso e ficar no chão, ou se tornar um pássaro, cujo objetivo é o topo da grande árvore, a decisão é sua e o tempo não te favorece, a noite logo chegará.
E aí, você decide tentar, foca no topo da grande e tão sonhada árvore, e tentar voar, cai algumas vezes devido ao vento forte, mas você não desiste, continua a tentar e quando a sua força está quase esgotada, você usa outra estratégia.
Abre as asas e usa o vento ao seu favor e consegue subir em um árvore que fica próxima a tão desejada árvore grande, e quando o vento sopra, mais uma vez você abre as suas asas e com muito esforço e determinação bate-as no ar.
E sem você perceber você se tornou um pássaro e passou a usar as dificuldades a seu favor, aprendeu a cair, a se machucar, e errar, mas também aprendeu a tentar e acreditar em si mesmo. Você é um pássaro!

-Nívea Alves

SER ESCRITOR



Ser escritor é abrir o seu peito e gritar nas entrelinhas o seu amor, a sua dor, os seus sonhos, as suas frustrações, as suas conquistas e as suas paixões.
Ser escritor é carregar o mundo com a ponta da caneta e dar cor e vida a ele juntamente com o papel.
Ser escritor é gritar em silencio, fazer de sua dor a mais bela poesia, da vida, força e significado as palavras.
Ser escritor é navegar por entre as letras e se fazer capitão, as vezes mocinho e as vezes vilão, é sentir tudo que se coloca no papel, é ficar indeciso entre rir o chorar.
Porque a alma de um escritor é intensa, sente num olhar, e quando segura a caneta e o papel, transforma letra em arte, arte em sentimento e palavras em vida, vida que se eterniza quando linda.
Ser escritor é se perder num mar de palavras, sofrer quando se tem a criatividade bloqueada e se atirar no penhasco das suas próprias histórias. Ser escritor é ser uma ponte entre a realidade e as possibilidades, entre o sonho e a fantasia, entre a criatividade e a ousadia, é ser por inteiro nesse oceano de intensidade e alegoria.

- Nívea Alves

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

MINHA QUERIDA MÁQUINA DE ESCREVER



Abri um sorriso quando ouvi o barulho dela e quando me virei logo me apaixonei, lá estava ela de laço vermelho, cheia de vida e esperando por mim. E quase como num grito de euforia, eu disse: QUE LINDA! Ela é minha?
Posso jurar que ela me respondeu, o meu coração bateu descompensado, meu olhos ficaram lacrimejados, e então pensei: preciso dela no meu quarto. Corri para colocá-la em meus braços, só não imaginei que ela fosse tão pesada, mesmo assim caminhei com ela até o meu quarto e a coloquei em cima da escrivaninha.
Soltei um suspiro apaixonado, percorri meus dedos por entre suas teclas e nesse momento percebi que eu era totalmente dela e ela era totalmente minha, como numa só sintonia, eu me sentia conectada a ela, e sabia que ela estava conectada a mim, nesse momento declarei o meu amor, num poema apaixonante escrito em suas teclas e tendo como companhia o barulho que ela emitia, a minha querida máquina de escrever.

-Nívea Alves

PEDACINHO DO CÉU


Você tem cheiro de lar, teu sorriso é pura alegria e o teu olhar é pura poesia. Teu beijo tem gosto de mel, seus braços parecem um escudo e a tua voz é melodia para os meus ouvidos.
Tu és um pedacinho do céu, que Deus me deu, abençoada eu sou, porque meu amor, posso te chamar de meu. Como num sopro divino, tudo aconteceu, nosso encontro naquele dia estava predestinado a acontecer, acaso? Não mesmo, foi Deus.
Um milagre aconteceu, agora somos você e eu, e o nosso amor, tem noção do quanto abençoada eu sou? Pois é, todos os dias antes de dormir, sussurro baixinho: obrigada, meu Deus.
Te colocar nas minha orações, é um prazer, afinal se você não está por perto, eu sei que o cara lá de cima irá te proteger. Meu querido amado, somos frutos das benção de Deus e se acaso um dia você querer, vou te fazer companhia até um de nós dois morrer.
Mas o que é a morte quando se trata do amor? Além da vida esse sentimento irá nos levar, mas somente no altar, com a benção do Senhor, além dos nosso corações, nossas almas irão se unir e numa promessa fiel, sermos um do outro até o fim.

-Nívea Alves

O MENINO JOSUÁ

A fome que me mata aos poucos, deixa minhas costelas aparentes, meu corpo fraco, minha visão turva e o descaso bem aparente. A fome da ignor...