terça-feira, 12 de maio de 2020

LEVADO PELO MAR



Meu coração sentia o dor da saudade e juntamente com ele eu sentia o peso das lágrimas, sem rumo, sai andando, até que uma brisa leve tocou meu rosto, levando a minha atenção para aquela paisagem que trazia uma leve paz para o meu coração inquieto.

Pisei na areia da praia, sentido a energia da areia em meus pés, caminhei rumo ao mar, sendo abraçada pela ar marítimo que enchia meus pulmões. Senti a água banhar meu corpo, como se fosse possível lavar toda aquela saudade que eu estava sentindo de você, não contive as lágrimas, doía tanto lembrar que você se foi, sem nem ao menos me dizer adeus.

Sai da água e sentei na areia, fiquei olhando o sol se pôr e respirei fundo, mas não pude me conter, ás lágrimas desciam com fervor e toda aquela linda paisagem me lembrava você. O som das ondas quebrando, era o mesmo do meu coração, quando te vi cair da prancha em meio àquela imensidão de água salgada, você não voltou, nunca voltou, porque você se foi?

-Nívea Alves


RELACIONAMENTOS LÍQUIDOS



A era dos relacionamentos líquidos, onde tudo vai para o esgoto.

Que patético! Onde relacionamentos são expostos em fotos e vídeos, muito mostrado e pouco vivido. O corpo é exposto e a alma banida. Antes mesmo do “oi”, vem o “manda nudes”, a nudez virou representação social, enquanto a nudez da alma é banal.

A era de mulheres que tem filhos para exposição em fotos, mas na criação é descuidada, é pura aberração. São loucas por atenção. Imploram likes, imploram visualizações, tão vazias e superficiais. Fazem textões incríveis declamando um amor superficial, não troca fralda, não dão amor, não compram leite, é pura farsa. Não criam seus filhos dão para as avós e o texto postado é só um disfarce da sua irresponsabilidade.

Homens expõe seus corpos, fazem danças sensuais, tiram fotos ostentando, mas nem se quer pagam a fatura do cartão. São bad boys que se acham indestrutíveis, não respeitam relacionamentos e acreditam que traição é normal, fazem palavras de dejetos para se referir as mulheres, não tem responsabilidade com sua própria vida, tão pouco com a vida que ajudou a vim ao mundo, acreditam que sua vulgaridade é sensualidade.

Vivemos na era que expor a dor alheia é divertido, onde o fluxo de maldade é desenfreado e tudo é motivo de piada. É a era do “mimi”, acorda sociedade e aprende a viver, a ser e opinar sem precisar se justiçar o seu jeito de ser.

A hipocrisia reina e é disfarçada de bondade, ajudam e expõe, vomitam difamação e ainda falam de empatia e de respeito. Os sorrisos são vazios, as amizades são repletas de traição, são lixos sociais que nos afetam, no machucam e atingem.

Queremos sempre o melhor, mas melhor para quem? Para nós mesmos ou para agradar os outros? Vivemos em um gigante copo vazio que precisa ser preenchido, nos curvamos diante das adversidades, porque desde pequenos nos ensinaram a sermos fracos, mas ninguém precisa nos ensinar isso, nós que temos que aprender a algumas vezes a bater na vida e nos impor.

Vivemos na era que o celular na cara é mais importante do que o olho no olho. Onde relacionamentos nascem, vivem e morrem em redes sociais. Onde as discussões são digitadas e términos decididos no bloqueio do whatsaap e do instagram.

A era dos relacionamentos líquidos que fala de amor, empatia e solidariedade, mas que demonstra ódio, julgamento, vulgaridade e exposição um esgoto a céu aberto inundado de dejetos.

-Nívea Alves


O MENINO JOSUÁ

A fome que me mata aos poucos, deixa minhas costelas aparentes, meu corpo fraco, minha visão turva e o descaso bem aparente. A fome da ignor...