segunda-feira, 26 de outubro de 2020

TEMOS O PRAZER DE NOS APRESENTAR!

 


Para quem não nos conhece, temos o prazer de nos apresentar, nos chamamos Nívea,- Lícia-Fabiana , gostamos de escrever e navegar nas entrelinhas. Não gostamos de identificar nossos textos com gêneros, são textos e só isso você precisa saber, se ao ler você resolver denominar como poesia, conto, cordel, poema, cantoria ou até rimas de rap, fique à vontade.

Nosso estilo é livre, não nos prendo as regras, escrevemos o que tem na alma e o que o coração conduz, nem sempre escrevemos certo, pedimos perdão por isso, mas se tu soubesse o quanto eufórico é um escritor, tu nos entenderia.

Escritor é muito além de escrever coisas fofinhas, vai do romântico, até aquele texto de pura melancolia, alguns arroxam em rima, outros adoram não rimar, talvez porque não saibam, ou não nasceram com esse dom, mas nem por isso o texto perde o encanto, tudo fica na perfeita harmonia.

Para você nosso caro leitor, nosso caro inspirador ou até mesmo nosso seguidor, pedimos paciência e também agradecemos do fundo do coração por acreditar na nossa escrita.

Nosso estilo de texto é livre e ousado, nem todo mundo fica conformado, mas é assim que nós aprendemos a nos expressar, palavras que não saem da boca e acabam no papel, dando forma a inúmeras possibilidades de ter essa flexibilidade no decorrer do papel.

Queremos deixar claro que respeitamos todos os estilos de escrita e que esse texto não é crítica, mas é o nosso jeito de expressar que quem escreve sem gênero não deixa de ser menos escritor, poeta, cordelista, contista, cantarolista e ser bem vista na nossa sociedade das letras.

-Nívea Alves


quarta-feira, 14 de outubro de 2020

O NOSSO FIM, FOI UM RECOMEÇO PARA MIM!

 


Já tinha acabado a muito tempo, tentei insistir, eu tentei, mas não deu. Não deu para aguentar seu modo grosseiro de viver, seu ciúme doentio e suas palavras que agrediam meu corpo e minha alma.

Não sei onde consegui forças para dá um basta nisso tudo, eu estava sufocando, morrendo aos poucos em um relacionamento tóxico, que feria minha integridade física e emocional.

Antes de anunciar o fim, já tinha acabado, mas eu tinha a esperança boba de tudo voltar a ser como era no início, mas foi ai que me dei conta que quando o relacionamento esfria, não tem volta, e as vezes o ponto final é necessário, porque não existe continuação.

Onde eu ia parar? Minha vida era mais choro do que sorrisos, mas discussões do que amor. O fim se pronunciou e o nosso amor sufocou, morreu cada dia um pouco mais e a gente deixou, não fizemos nada para evitar, porque no fundo sabíamos que não tinha nada que pudéssemos fazer.

É chegamos ao fim, repletos de calos, hematomas e dores, porque o que eram flores se tornaram espinhos e pedras, nos machucamos, nos feriamos, afinal onde ficou todo aquele amor? Ele morreu no dia a dia? Ou no momento em que você me deixava sozinha em casa e ia beber com seus amigos? Ou naquele dia em que você levantou a voz e proferiu palavras ofensivas? Ah propósito, lembra daquela promessa que você vez no altar, de respeitar? Pois é, o respeito acabou quando seu punho fechado foi de encontro a minha barriga e logo após quando sua mão foi de encontro a minha garganta, e me impediu de respirar.

Fiquei com dores por vários dias, pensei que você fosse pedir perdão e que por amor, tudo era válido, mas que amor é esse que fere, machuca e é capaz de ser feroz? Acabou o que não era para se estender por tanto tempo, tola fui eu que pensei em construir uma família ao seu lado, uma família que estava prestes a começar e que você matou com um golpe certeiro, que além de acertar a minha barriga matou o fruto de uma noite de amor.

Você é um assassino, assassinou o nosso amor, o respeito e a admiração que eu tinha por você, junto ao nosso filho você também me matou, e ali foi o fim, foi a gota d’água. Eu sei que não sou perfeita, mas também sei que mereço bem mais que isso, mereço bem mais que um amor meia boca, um relacionamento abusivo e tóxico. Nosso plano era somar, só que você subtraiu e se excluiu, e quer saber? Eu te agradeço por isso, porque a soma de você comigo é nada, porque é exatamente isso que eu sinto quando olho para você, o nosso fim, foi um novo recomeço para mim.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Coronel vírus


Vivemos tempos difíceis, onde o medo está em nosso olhar, onde o coração fica aflito e o desespero fala mais alto. Para alguns é apenas um vírus, mera ignorância, uma doença que mata, não somente fisicamente, mas mentalmente e espiritualmente.
Além de atacar nosso pulmões, aflige a nossa alma e nos mostra que somos “nada”, e que a ciência é tão humana quanto nós.
Há quem diga que é castigo divino, outros falam que é bobagem, brincam, sorri sem máscara e deixam suas vidas em risco mortal. É muito além de ser apenas um vírus, uma gripezinha, é muito além do que possamos descrever. Mexe com o nosso corpo, com a mente e com a nossa alma, nos tira o fôlego, nos faz duvidarmos da nossa ignorância, nos faz sentir pânico ao dormir e ao acordar, nos afasta de abraços quentes e nos presenteia com problemas pulmonar, dor de cabeça, febre, nos deixa atordoados para que possamos passar por cima do nosso ego e orar.
Não chamo de vírus, mas de moldura, atinge dos ricos aos pobres, o poder, a ganancia, o egoísmo e a ignorância se desfazem para o “coronel vírus” passar.
Deixe-o passar, deixe-o nos mostrar que o ser humano é apenas uma criação divina, mas que somos frágeis, impotentes e inúteis, somos egocêntricos e precisamos de ajuda do ser mais evoluído do universo: Deus.
Só ele tem o poder de curar, salvar e nos da a oportunidade de nos moldar, refletir sobre nós mesmos, sobre nossos erros, sobre como nosso lar é importante, como a nossa família é única, sobe como devemos selecionar amigos de colegas, sobre ter medo, mas acima de tudo sobre como ter fé, perseverança, humildade para reconhecer nossas falhas, sobre a esperança e por último, mas não menos importante, sobre sabermos quem é Deus, quem é o dono do mundo, quem é o único que renova e restaura a nossa vida e a nossa saúde.
Corona não é maldição ou doença, é a oportunidade de demonstrarmos a nossa fé e refletirmos sobre nós mesmos, é a oportunidade de amar o próximo e de amarmos o mundo, ao invés de destruí-lo, é a oportunidade para restaurar laços familiares e de valorizar o simples como o ar que respiramos e agradecer por acordar mais um dia.

-Nívea Alves

SER DE SI




Ela é tão dela, tremenda mulher de uma leveza sem igual, com ritmo e sorriso contagiante. Uma deusa, uma rainha, uma dama, uma sereia, uma mulher que é tão de si mesma que causa inveja.
Ela é tão esperta de alma doce, de sorriso frouxo, coração mole e de jeito único. As vezes fala alto, pula, brinca, imagina, cria, ela é uma verdadeira obra de arte de dentro para fora, que mulher!
Ela é tão leve que parece brisa, que deusa! Deusa grega? Não, deusa nordestina de sangue quente, cabelos brilhosos, olhos castanhos e quando fica brava parece um touro valente, defere xingamentos, ironia e ignorância, a sua leveza some, dando origem ao furacão que existe dentro dela, vixe, ela é toda valente!
Ah que mulher mais bela, que ser encantador, ser de si, sem se preocupar com o que os outros vão achar, ela é tão gentil que se olha no espelho e diz: que mulherão lindo!
Que mulher! De autoestima elevada, não precisa ser elogiada, ela mesma se elogia, sabe o seu valor e saber onde quer chegar.
Ela é tão dela que o amor exala por onde ela passa, conquista o respeito, a igualdade, sem regalias, porque ela sabe do seu potencial, não precisa de benefícios, ela cria suas próprias oportunidades e faz acontecer. Ela é um ser único, divina mulher, que sabe o que quer.

-Nívea Alves

terça-feira, 12 de maio de 2020

LEVADO PELO MAR



Meu coração sentia o dor da saudade e juntamente com ele eu sentia o peso das lágrimas, sem rumo, sai andando, até que uma brisa leve tocou meu rosto, levando a minha atenção para aquela paisagem que trazia uma leve paz para o meu coração inquieto.

Pisei na areia da praia, sentido a energia da areia em meus pés, caminhei rumo ao mar, sendo abraçada pela ar marítimo que enchia meus pulmões. Senti a água banhar meu corpo, como se fosse possível lavar toda aquela saudade que eu estava sentindo de você, não contive as lágrimas, doía tanto lembrar que você se foi, sem nem ao menos me dizer adeus.

Sai da água e sentei na areia, fiquei olhando o sol se pôr e respirei fundo, mas não pude me conter, ás lágrimas desciam com fervor e toda aquela linda paisagem me lembrava você. O som das ondas quebrando, era o mesmo do meu coração, quando te vi cair da prancha em meio àquela imensidão de água salgada, você não voltou, nunca voltou, porque você se foi?

-Nívea Alves


RELACIONAMENTOS LÍQUIDOS



A era dos relacionamentos líquidos, onde tudo vai para o esgoto.

Que patético! Onde relacionamentos são expostos em fotos e vídeos, muito mostrado e pouco vivido. O corpo é exposto e a alma banida. Antes mesmo do “oi”, vem o “manda nudes”, a nudez virou representação social, enquanto a nudez da alma é banal.

A era de mulheres que tem filhos para exposição em fotos, mas na criação é descuidada, é pura aberração. São loucas por atenção. Imploram likes, imploram visualizações, tão vazias e superficiais. Fazem textões incríveis declamando um amor superficial, não troca fralda, não dão amor, não compram leite, é pura farsa. Não criam seus filhos dão para as avós e o texto postado é só um disfarce da sua irresponsabilidade.

Homens expõe seus corpos, fazem danças sensuais, tiram fotos ostentando, mas nem se quer pagam a fatura do cartão. São bad boys que se acham indestrutíveis, não respeitam relacionamentos e acreditam que traição é normal, fazem palavras de dejetos para se referir as mulheres, não tem responsabilidade com sua própria vida, tão pouco com a vida que ajudou a vim ao mundo, acreditam que sua vulgaridade é sensualidade.

Vivemos na era que expor a dor alheia é divertido, onde o fluxo de maldade é desenfreado e tudo é motivo de piada. É a era do “mimi”, acorda sociedade e aprende a viver, a ser e opinar sem precisar se justiçar o seu jeito de ser.

A hipocrisia reina e é disfarçada de bondade, ajudam e expõe, vomitam difamação e ainda falam de empatia e de respeito. Os sorrisos são vazios, as amizades são repletas de traição, são lixos sociais que nos afetam, no machucam e atingem.

Queremos sempre o melhor, mas melhor para quem? Para nós mesmos ou para agradar os outros? Vivemos em um gigante copo vazio que precisa ser preenchido, nos curvamos diante das adversidades, porque desde pequenos nos ensinaram a sermos fracos, mas ninguém precisa nos ensinar isso, nós que temos que aprender a algumas vezes a bater na vida e nos impor.

Vivemos na era que o celular na cara é mais importante do que o olho no olho. Onde relacionamentos nascem, vivem e morrem em redes sociais. Onde as discussões são digitadas e términos decididos no bloqueio do whatsaap e do instagram.

A era dos relacionamentos líquidos que fala de amor, empatia e solidariedade, mas que demonstra ódio, julgamento, vulgaridade e exposição um esgoto a céu aberto inundado de dejetos.

-Nívea Alves


terça-feira, 3 de março de 2020

UMA HISTÓRIA DE AMOR DE VERDADE


Um amor que suportou a dor, a distancia, o abandono, a ausência e o esquecimento. Durou todos os dias lutando e sonhando em vê-lo de novo, nem que fosse uma única vez. Anos e mais anos se passaram, mas o amor que ela tinha por ele, suportou tudo, até mesmo o tempo.
O tempo não perdoa, deixou os seus cabelos brancos, sua pele enrugada, sua saúde frágil, mas a sua esperança viva. Foram dias e horas de orações por um amor que talvez nunca tenha sido reciproco, mas para ela não importa, ela tem todo o amor do mundo, e foi a sua esperança que alimentou os seus dias de saudade.
E ao anoitecer uma breve oração, pedindo a Deus que tocasse o coração dele, para que ela o visse pelo menos uma ultima vez. E como Deus é bom o tempo todo, ele preencheu o coração dela, iluminou o seu dia, quando numa visita ela recebia e lhe foi dado o recado: o seu amado está na cidade, com saúde fragilizada e deseja vê-la.
Ela quase não acreditou, passou o dia todo pensando: como ele está? Será que ele sentiu minha falta? O coração dela palpitou o e sorriso largo ficou estampado em seus lábios. Foi direto para o banho, vestiu a sua melhor roupa, passou batom em seus lábios, brincos em suas orelhas e perfume exalando, finalmente ela iria ver o seu amado.
Quando ela o viu, ficou igual a uma criança, não sabia se sorria, se o admirava, ou se falava, mas o fato é que seus olhos brilhavam, está de frente ao amor da sua vida depois de anos parecia um sonho, era irreal, era tanta felicidade que em seu peito quase não cabia.
E quando chegou ao fim da sua visita, ela não escondia, toda felicidade em seu coração, seu velho e único amor, o amor da sua vida, estava ali, mesmo que não fosse com ela. Para ela só de está ao lado dele bastava, vê-lo, admira-lo e continuar o amando em silêncio. E na hora de dormir, ela sussurrou baixinho: obrigada Senhor!, e adormeceu com um largo sorriso, agarrando o travesseiro.

-Nívea Alves

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

UMA HISTÓRIA DIFERENTE, PARA PESSOAS DIFERENTES


Eu fui um troféu para você e não percebi, engraçado porque eu sempre te dei o meu melhor, mas para você eu só servia para estar na rodinha dos amigos, fotos e risadas falsas. Como eu pude não perceber?
Quando estávamos sós, você ficava distante, a todo instante no whatsaap, nosso beijos ficaram frios e você distante. Mas quando estávamos em público parecia o melhor namorado do mundo, excerto quando o meu melhor amigo John estava perto. Quando ele chegava, você se afastava de mim e iria sorrindo ao encontro dele, passavam horas conversando e você esquecia da minha existência.
Nós brigávamos tanto, eu tinha tanto medo de te perder, te sentia escorrer entre meus dedos, você evitava me tocar e quando falamos de sentimentos, do nosso futuro, você sempre se esquivava. Eu passei noites chorando, pensando que o problema era eu, mas numa noite durante uma festa, enquanto você me exibia como troféu, em busca de status sociais, você viu o John chegar.
E de repente tudo mudou, você se afastou de mim, percebi uma troca ardente de olhares entre você e ele. Depois de alguns instantes, você beijou a minha testa e disse que precisava ir ao banheiro, e foi. Enquanto eu, tomei uma dose de vodca, com os olhos marejados, respirei fundo e tomei coragem para ir atrás de você, e encontrei tudo que eu sempre tive medo de acontecer, você com outra pessoa.
Não qualquer pessoa, mas com o meu melhor amigo, não suportei aquela cena, você o beijava com nunca me beijou, com amor, com vontade, você o abraçava como nunca me abraçou e a minha fixa caiu. Você só precisava está comigo para não ter que assumir sua homossexualidade, você foi tão insensível e pensou apenas em si mesmo, que esqueceu que eu te amava.
Me usou de troféu para se exibir, para não ter que encarar a verdade e o pior, se aproveitou de mim se aproximar do John e os dois de forma baixa, sem nenhuma empatia, estavam tendo um caso. Eu confidencializei toda a minha vida para ele, contava do nosso relacionamento, chorava em seus braços e ele me golpeou de forma egoísta.
Não sabia o que fazer, se gritaria e iria expor tamanha traição, ou simplesmente sair e fingir que eu nada vi. Meu coração ficou despedaçado, então eu sai dali, fui embora, estava humilhada, ferida, com raiva e decepcionada. Quando cheguei em casa, meu celular tocou era você e eu não atendi, você me ligou de três a quatro vezes, até que desistiu e me mandou mensagem, mas eu também não respondi.
Deite-me na cama e deixei a tsunami de lágrimas escorrerem pela minha face, não tinha ideia que amar alguém podia doer tanto. Meu celular tocou mais uma vez, dessa vez era o John, eu não atendi. De repente a campainha da minha casa tocou, eu não me levantei. Não tinha forças para nada, só para sentir a dor que tomava de conta de tudo dentro de mim. Adormeci em meio as lágrimas e quando acordei, lá estava você, sentado na cadeira, olhando para mim.
Maldito dia em que te dei a cópia da chave da minha casa, eu me levantei num salto e em disparada fui em sua direção, queria te agredir, te xingar, te dizer o quanto eu te odiava, mas eu não consegui, cai em seus braços e comecei a chorar, como uma criança que precisava de colo.
-Como você pode? –falei em meio ao soluço.
Você deu um suspiro, já sabia que eu tinha descoberto da sua traição e respondeu:
-Não foi nada planejado, eu juro, não queria que fosse assim. É verdade, eu fui um canalha com você e peço perdão, mas eu me apaixonei pelo John, só que eu não podia expor esse sentimento, você sabe como é difícil assumir isso, eu não estava preparado para enfrentar preconceitos e o pior, para encarar você.
Eu não sabia se sentia ódio ou pena dele ser um ser humano, que usa as pessoas como objetos para não ter que encarar seus próprios medos. Olhei para ele com olhos avermelhados e cheio de lágrimas, e disse:
-Você não vai ter o meu perdão, você me usou como um objeto para que todos não soubessem a verdade sobre a pessoa desprezível que você é, manipulador, traidor e mentiroso, fraco. Você é um fraco, incapaz de encarar a sua própria verdade. Saia da minha casa e esqueça da minha existência, eu te odeio!
Os olhos dele ficaram marejados e ele se levantou sem falar nada, saiu.
E eu fiquei com a minha dor, os dias passaram se arrastando e ficou cada vez mais difícil lidar com a situação, eu estava me sentindo o lixo, queria me livrar da dor e comecei a me embriagar, dia após dia. Até que depois de alguns meses, voltei a sorrir, tinha propósitos e não podia permitir que a dor fosse maior do que meus planos.
Voltei para a faculdade, era difícil lidar com as perguntas e até mesmo de ver o John passar pelo corredor, nos tornamos inimigos, eu o odiava por ter mentido e me manipulado, ele no entanto nem se quer teve a sensibilidade de me pedir perdão, após aquele dia, ele se afastou e fingiu que eu não era ninguém, e assim eu também fiz.
Foram anos amargos, mas eu consegui me reerguer, e eles se assumiram, começaram um relacionamento. E eu conheci outra pessoa, um cara incrível, um namorado excelente, presente, atencioso, que satisfazia meus desejos e no último ano da faculdade, me surpreendeu com um buquê de flores vermelhas e um pedido de casamento. Hoje eu lembro do passado e dou risadas, eu era ingênua, confiava em todos, mas agora, passei a entender que confiar, é se atirar de um penhasco, sem saber ao certo se tem água ou pedras, mas que acima de tudo, amar também é confiar, mas está consciente que em algum momento eu posso me machucar.

-Nívea Alves

O CONVITE DE CASAMENTO


A nossa história começou num dia ensolarado, com brisa leve e troca de olhares ardentes. Você sorriu e eu retribui, não conseguia disfarçar, já estava totalmente entregue a seus encantos. Você se aproximou como se não quisesse nada, frisou seus lindos olhos castanhos em mim e antes mesmo que eu percebesse já estava apaixonada. Os próximos dias foram quentes como as tardes de verão e não demorou muito para assumirmos a chama ardente que existia em nosso peito.
Então o nosso romance começou, como um livro repleto de clichês que eu adorava viver, mas tudo em segredo, assumidos e apaixonados, mas em sigilo, você sempre me falava que o que ninguém sabe, ninguém estraga, eu concordei, o que eu poderia fazer? Só não queria te perder.
Foram meses intensos, com despedidas que doía na alma, mas tranquilizava o coração por saber que você iria voltar, você sempre voltava. Pelo menos era o que eu achava, após o que seria nossa despedida, notei um jeito estranho, quieto, distante, pensativa e frio, não quis te incomodar, imaginei que seria algum problema no trabalho, você nunca comentava, mas pela primeira vez quando te beijei senti meu corpo todo arrepiar, não de desejo, mas de medo, que medo era esse? Nem eu sabia responder...
Beijou-me a testa, ao invés de beijar minha boca, me disse adeus, e eu fiquei sem resposta, a nossa despedida mudou, senti meu coração apertar, como se você não fosse mais voltar. Os dias se passaram e as noites ficaram frias, voltei a rotina, mas minha mente permanecia em você. O que você estava fazendo? Com quem estava? Porque sumiu? E porque nem as minhas mensagens respondia?
Cheguei do trabalho cabisbaixa, com o dia detonada e quando olhei na caixa de correspondência lá estava, um envelope intitulado de CONVITE, não tinha remetente, somente destinatário, abri o envelope e logo me debrucei em lágrimas, seu nome lá estava juntamente com o de outra mulher, era um convite de casamento, mas no verso tinha escrito: “Os dias vividos com você foram os melhores da minha vida, perdão pelo convite, não sabia como te falaria, eu já estava noivo, mas por você me apaixonei, minha noiva tem uma doença terminal, não posso abandona-la, espero que um dia me perdoe, eu sei que não é justo te pedir, mas preciso te ver, antes de dizer o SIM.”
Meu mundo desabou, tudo que vivemos foi uma mentira, não podia acreditar que o meu coração você feria, como tinha coragem de me convidar para te ver casar com outra mulher, como eu poderia agir. Não conseguia pensar em nada, as lágrimas inundaram minha alma, não sabia o que fazer, eu iria te perder para sempre, após uma palavra, tudo mudaria. Fui sua amante quando na verdade queria ser sua mulher, como pode me enganar, você não tem coração? Como ousou me chamar para te ver? Não basta dilacerar meu coração e acabar com a minha alma?
Respirei fundo, segurando o convite, o que eu deveria fazer? Me deitei no sofá e comecei a refletir, se é uma despedida que seja para sempre, decidi ir te ver. Na data marcada, fui até o endereço que no convite estava, respirei fundo milhares de vezes para não chorar, adentrei na casa e subi os degraus, bati na porta a esquerda que tinha a placa escrito “NOIVO”, comecei a gelar, você abriu a porta e não pude evitar, as lágrimas foram traiçoeiras e desciam com velocidade percorrendo o meu rosto, você me puxou para um abraço, mas não consegui retribuir, como eu podia?
Você me olhou choroso e em seguida, ouvi batidas na porta, me virei para olhar quem era, você abriu a porta e era ela, a sua noiva, tão jovem e bonita, toda maquiada, tão bela de branco, senti uma facada no peito, amassei o convite que estava na minha mão, não sabia o que fazer, o que estava acontecendo, eu não conseguia compreender.
Ela caminhou em minha direção e veio gentilmente me abraçar, me disse obrigada, e eu fiquei sem entender. Ele olhou para mim e sorriu, disse: ela é a Ester e sabe de tudo que aconteceu.
Fiquei confusa, tentando entender o que estava acontecendo. Ester disse: Ele contou tudo do romance que tinha com você, eu logo vou morrer e quero que ele seja feliz, com ou sem mim, mas a escolha dele foi você. Não posso casar com um homem que já tem o coração ocupado por outra, não é justo deixa-lo preso a mim, quando na verdade ele ama você.
Eu a abracei e sorri, pedi perdão e disse que não sabia. Ela disse tudo bem, pegou a mão dele e a minha e juntou as duas. Disse chorosa: sejam felizes. E saiu batendo a porta. Ele me abraçou e pediu perdão, disse que a partir daquele dia não iria mais errar comigo e o nosso romance de verão, acabou ali mesmo, mesmo com o coração doendo, beijei seu rosto e disse adeus. Não podia continuar com o homem que mentiu e me feriu.
Continuei com minha vida sozinha e feliz, não tive mais contato com ele, mas o nosso romance de tarde ensolarada ficou gravado no meu coração.

-Nívea Alves

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

UM TEXTO CAFONA


Como a lua namora o mar, como o sol abraça as nuvens, como a brisa leve balança as folhas, é a delicadeza do amor.
Eu te escrevi milhares de textos com palavras doces e cafonas, mas o que eu posso fazer, eu sou poetisa de coração transbordado, apaixonada pelas curvas do teu sorriso. Eu juro que tentei rimar inúmeras vezes para falar sobre você, tentei te definir centenas de vezes, mas eu nunca consegui, mesmo que eu usasse todas as palavras ou até mesmo inventasse palavras novas, eu não conseguiria te descrever.
Porque quando te trata de você, a poesia fica sem rima, o texto fica grande, o conto vira romance e a crônica um livro gigante. Ouvi dizer que quando um escritor se apaixona, faz textos ruins e alguns sem sentido, mas não é verdade, nas curvas das letras num folha sem graça, a história ganha vida.
Mas não é para qualquer um ler, só consegue ver beleza aqueles que são lê-mores, aqueles que antes de ler a palavra, sente o toque do amor nos parágrafos, se deliciam nos pontos e virgulas, leem com a alma, sentem com o coração e compreendem que ser cafona é amar de corpo e alma.

-Nívea Alves

SE INSPIRE




Inspire-se no traço da linha de tinta que forma a letra. Inspire-se na folha decorada com cores vibrantes. Inspire-se na cobertura do marcador sobre as páginas. Inspire-se no lembrete que foi escrito no bloquinho de notas, para te lembrar o quanto você é importante. Inspire-se no traço da caneta em gel, de escrita macia e que te traz inspiração para um poema que vem do coração.
Inspire-se em sonhar, no ousar, no ser e no viver o diferente. Inspire-se a cada dia em tudo a sua volta e use a sua criatividade, nas cores, no momento de estudar, no trabalho e por onde você for, dê asas à imaginação e ouse ser livre.
 Crie, se atreva, seja, permita-se deixar exalar a sua essência e libertar a sua criança interior, mantenha sua alma e sua mente jovem, sem receio de se inspirar e ser a inspiração de alguém. Inspire-se!

-Nívea Alves

domingo, 5 de janeiro de 2020

A GRANDE HIPOCRISIA



Ouvi um estrondo e senti um impacto, pensei que fosse o pressagio de uma tempestade forte, mas percebi que o grande barulho que ouvi e senti vinha de dentro de mim, era o anuncio do meu coração e o impacto que eu senti era o aviso da grande decepção.
Na boca de qualquer um todo mundo é vilão, puro golpe baixo, pessoas deprimentes e de índole duvidosa, cada um fala o que quer, mas ninguém está preparado para ouvir também.
De quem não se espera, se recebe uma facada, rasga o peito e a alma, trouxe a tona erros que não podem ser desfeitos, falam com arrogância que amizade é enterrar o outro no buraco e torcer para que ele não saia. Quanta hipocrisia, colocar alguém em sua própria cova e assisti sufocar, achar bonito culpar terceiros e ainda falar que amizade é sobre ajudar alguém a se autodestruir.
É pura decepção, assim como numa tempestade trazendo revolta, senti no peito a necessidade de desaguar, feriu minha alma e o meu coração, e como num estrondo de trovão meu peito gritou, mas que hipocrisia, fingir demência sabendo que eu já sabia.

-Nívea Alves

SE O AMOR É UMA FLOR, NELA SÓ SOBROU ESPINHOS



Eu vi nos olhos dela uma tristeza profunda, seus lábios sorriam, mas a sua alma doía. Ela se perdeu na caminhada, ficou perdida e totalmente desnorteada, quieta, porém aflita, o seu coração gritava sufocado pela angustia que nele habitava.
As suas lágrimas secaram, mas em seu coração ainda existia amor, mas ela está tão machucada que não quer saber de nada. Ela tentou não se importar, mas só enganou a si mesma, ela até tentou falar, mas acabou gritando e vomitando ofensas, o que era para ser um elogio se transformou em xingamentos sem fim...
Se o amor é uma flor, nela só sobrou o caule espinhoso, suas pétalas murcharam, abrindo caminho para os espinhos que ferem o corpo e a alma, pobre mulher deu o seu melhor, quis ser a melhor, mas esqueceu de ser a melhor para si mesma, ela tentou ser tudo para ele, mas acabou sendo nada para ela mesma.

-Nívea Alves

O MENINO JOSUÁ

A fome que me mata aos poucos, deixa minhas costelas aparentes, meu corpo fraco, minha visão turva e o descaso bem aparente. A fome da ignor...