sábado, 28 de janeiro de 2017

NÃO FALE NADA! - Capítulo 2



OBS: HÁ HISTÓRIA CONTADA É REAL, SEM CITAÇÕES DE NOMES, RELATO DE UMA JOVEM QUE SOFREU BULLYING E QUE DEU A VOLTA POR CIMA, CONQUISTANDO ASSIM SEU AMOR PRÓPRIO E A FELICIDADE!

CAPÍTULO 2

Meus pensamentos me levavam a ele, meu coração sempre pertenceu a ele, mas meu orgulho me cegou, fui pela “cabeça dos outros”. Ele é feio, você merece alguém melhor! O que você viu nele? Está desesperada?!
Imaturamente eu tornei as críticas das pessoas verdade, tomei aquilo como lema: Sou boa demais para ele, ele é feio! Só que eu não parei para pensar que eu não gostei da beleza exterior dele, mas sim dele por completo. Em nenhum momento parei e lembrei que também tinha inúmeros defeitos, afinal eu tomei de verdade o que convém aos outros, mas não a mim, porque eu sim gostava dele, o achava lindo, eu era capaz de ver o que ninguém mais via seu jeito de falar, de se preocupar, suas palavras arrebatadoras apaixonadas, suas atitudes...
Eu o via como um príncipe–sapo no qual eu sempre sonhei, mas estava vivendo uma mentira, crendo que ele não era para mim, que ele era estúpido por falar tantas palavras doces. Que era ridículo ele sair do colégio e ir à minha casa, me ver depois de alguns anos, o jeito dele me contemplar–me era constrangedor, afinal porque ele estava me olhando desse jeito? Porque ele ainda não foi embora? Porque continua aqui, mesmo depois de eu dizer que não me importava com ele, que eu não o queria mais. Que olhar brilhoso era esse? Porque sorriu? Porque continua me mandando mensagem, mesmo quando eu o desprezo?

Querido diário,
Estou irritada, não sei se choro grito, ou quebro algo. Eu o detesto, mas ao mesmo tempo gosto tanto dele, mas como posso expor? Como posso dizer a todos que ele é minha escolha, se todos dizem ao contrário?
O que estou sentindo? Estou confusa, um buraco se abre em meu peito, as lágrimas descem como larva de vulcão, o meu grito em silêncio me sufoca, meu sentimento por ele cresce, mas eu sou covarde demais para admitir isso, espero que algum dia ele perceba. Talvez não seja à hora certa de ficarmos juntos.
Como posso desprezá-lo e ao mesmo tempo desejá-lo intensamente?
Eu sei que você é minha fonte de desabafo, meu refúgio entre essa tempestade que acontece dentro de mim, mas sei lá, eu só queria que alguém me dissesse o que fazer. Eu grito em silêncio e minha dor por sentir, e ter medo da reação dos outros escorrem pelos meus olhos sem que ninguém perceba.
Ele viu em mim coisas que eu jamais fui capaz de ver. Beleza, doçura, amor...
Não é ele que não me merece, mas sim eu. Eu não o mereço, ele é bom demais para mim...

Minhas lágrimas tomam conta do meu rosto enquanto escrevo meu desabafo e grito por socorro em silêncio, não foi o suficiente, me sinto tão inútil, egoísta, malvada.
Mas se minha teoria estiver certa? Se todo esse esforço e persistência no fim, só for uma ilusão? Se no fim ele só queira dizer “provei que te conquistei meu troféu.”
Para, para! Eu não vou deixar, eu não sei o que pensar, ele seria tão baixo assim? Respira, respira... Céus eu vou enlouquecer. Ponho o travesseiro no rosto e mordo a fronha.
Gorda, feia, inútil, porque alguém iria te querer? Penso. Sento–me na cama e olho para os lados a casa está vazia, me dirijo ao banheiro e pego minha escova de dente, a encaro, logo ergo o olhar para o espelho, coloco o cabo da escova na boca me olhando, mas desisto, recuou. Não quero ser mais um problema para meus pais. Respiro fundo e as lágrimas lavam meu rosto. Ouço a voz da minha irmã entrando em casa. Fecho rapidamente a porta, tiro a roupa, abro o boxe e ligo o chuveiro. Na tentativa inútil que a água que cai, leve todos meus pensamentos loucos, insanos e dolorosos. Levanto a cabeça e sinto a água cair em meu rosto, meu coração aperta, a água gelada me fez lembrar quão imbecil eu sou. Eu só erro, eu só sou substituível. Minhas lágrimas se misturam com água do chuveiro, desabo ali mesmo sem que ninguém veja, não preciso da pena de ninguém, eu posso suportar, eu posso...
Com o coração mais tranqüilo eu puxo a toalha e me enrolo, respiro fundo e abro o boxe em seguida à porta do banheiro, em passos rápidos eu me dirijo ao quarto. Minha irmã me olha, mas não diz nada. Fecho a porta e respiro fundo, minha respiração está pesada.
Sabe quando você se sente um estranho dentro da sua própria casa? É, é assim que eu me sinto, como se ninguém me conhecesse, como se eu estivesse sozinha, mesmo tendo várias pessoas ao meu redor, me sinto oca demais, impreenchível demais, idiota demais por acreditar no que todos dizem, me sinto estúpida, por mais que eu queira erguer a cabeça e falar o que penso, eu não consigo, me recolho e simplesmente me calo. Como uma criança que acabou de receber uma bronca, mas ao contrário da broca, eu recebo esculacho, palavras de baixo calão, às vezes me sinto um lixo ambulante e simplesmente me pergunto qual o motivo de eu ter nascido afinal? Para que eu sirvo? Para ouvir ofensas? Para ser humilhada pela minha própria irmã, prima e até mesmo colegas?!
O desejo de sumir só aumenta, assim como o oco dentro de mim, assim como a angustia que é presente, assim como tomo de verdade o que cada um diz. Quer dizer, porque eu estou aqui no meio de estranhos? Meus pais nem se quer percebem o que acontece. Minha irmã agora arrumou um namorado e quando junta os dois, só são ofensas, eles acham o que, que eu sou empregada? Fala sério! Ninguém percebe quão distante de todos eu estou?
Não culpo meus pais por não perceberem o que acontece debaixo do nariz deles, como poderia? Eles vivem mais trabalhando do que em casa, mal sabem eles que a filha com cara de anjo, na verdade é cruel, malvada, egoísta e baixa.
Por muito tempo me senti sozinha, com quem poderia contar? Meu diário está cheio de escrita, Deus ouve meu clamor sempre, eu queria abraçá-lo, mas não posso, ele é um ser superior a mim, uma mera mortal cheia de problemas, aparentemente “bestas”, mas que na verdade está tatuado em cada centímetro da minha alma.
Sabe quando se quer muito acertar, ou pelo menos ouvir: estou orgulhoso e simplesmente escuta: muito bem, e só? Pois é. Há coisas que machuca, são tantas expectativas, tantas frustrações que com o passar do tempo, ficam cravadas no peito.
 Acho que por esses e outros motivos que eu simplesmente não sei dizer “eu te amo!”, posso parecer egoísta, eu amo as pessoas, eu amo meus pais, eu perdoei minha irmã. Mas eu não consigo dizer que amo, eu não sei falar esta palavra, ela fica enganchada na minha garganta, eu sou do tipo que não fala, mas que demonstra.

-Nívea Alves




terça-feira, 24 de janeiro de 2017

NÃO FALE NADA! - Capítulo 1







NÃO FALE NADA!
ELES NÃO SABEM O QUE ELA ESCONDE ATRÁS DO SEU SORRISO.

BASEADO EM FATOS REAIS.

CAPÍTULO 1


Há feridas que remédio nenhum pode curar, a feridas que não cicatrizam, porque não são no corpo, mas sim na alma, no coração, são sentimentos quebrados, são momentos tristes e são pedidos de desculpas atrasados.
Durante toda minha vida eu fui machucada com palavras ofensivas, ouvi diversas vezes que ninguém iria olhar para mim. Feia, gorda, quatro olhos, cabelo de palha... Tem noção que palavras assim podem tatuar a vida de uma pessoa? Não. Pois repensem seus atos e pensem bem antes de falar. Ouvia tanto isso que simplesmente passei a acreditar e levar isso para minha vida, mesmo que eu gostasse de um rapaz, simplesmente eu me calava, escrevia apenas em meu diário, desde meus sentimentos secretos, até aqueles que escorrem em meus olhos.

Querido diário,
Hoje o dia foi complicado para mim, me sinto triste, mas todos ao meu redor não percebem, ou fingem não perceber, mas quer saber? É melhor assim.
Mais uma vez coloquei um sorriso estampado no rosto e fingi que estava bem, evitei muitas vezes olhar nos olhos das pessoas, não quero desabar na frente de ninguém, se eles soubessem que por trás de toda marra que pareço ter, sou tão frágil como um vidro que vira estilhaço ao cair no chão, se eles soubessem...
Não, é melhor eles não saberem, prefiro ser forte, isso vai passar, tem que passar, mas já faz oitos anos... Dane–se, tenho que sorrir, sorria talvez meu coração e pensamento entendam que sorriso é sinônimo de felicidade e não de esconder tristeza.

A grande verdade é que minto para mim mesma já faz muito tempo, eu não sou nenhum pouco, perfeita, não tenho o melhor cabelo, não tenho o corpo estrutural, não sou a mais bela, meus olhos não são azuis e minha pele é branca pálida, para completar a situação uso óculos, durante, hum, minha vida toda? Isso mesmo!
Sou nordestina, tenho 20 anos no tempo atual, à escrita em minha vida se tornou importante porque simplesmente eu não confiava em ninguém para falar sobre meus sentimentos, ou simplesmente sonhos e idéias que talvez possam não acontecer, mas quando escrevo eu torno isso real, as histórias, os romances, as ficções são meu mundo, no qual eu permito que as pessoas conheçam.
Eu nunca fui boa para falar sobre meus sentimentos, não sei falar ‘eu te amo’, eu prefiro escrever EU TE AMO!
Não sei lidar bem com sentimentos, mas adoro tentar descrevê-los, quem dera eu pudesse fazer o roteiro da minha própria história e substituir meus erros por acertos, talvez eu tivesse um final feliz com ele.
O conheci quando era mais nova, mas desde que eu o vi, simplesmente me apaixonei, mas tinha muitos medos e receio de falar o que eu senti, ou melhor, do que eu sinto, durante algum tempo nós perdemos o contato um com outro, mas a vida, ou até mesmo quem sabe o destino resolveu nos dá uma forcinha, quando me mudei para outra rua, ele conseguiu meu contato, nós trocávamos SMS, em parte eu me sentia bem em saber que ainda era importante para ele, mesmo com o passar do tempo e da distancia.
Marcamos de nos ver, minha prima e eu fomos para a pracinha próxima a minha casa, o céu estava nublado, era noite, o vento estava frio. Deu a hora que havíamos marcado e ele simplesmente não estava ali, eu já ia embora quando escutei alguém gritar pelo meu nome, eu girei os meus calcanhares e eu o vi correr em minha direção, com seu sorriso metálico ele me pede desculpa pelo atraso, eu resmungo e sinto minhas pernas ficarem bambas, nosso olhos se cruzam e um filme passa em minha cabeça.
A primeira rejeição, as palavras que pessoas queridas me lançaram “gorda, feia, estranha, ninguém vai te querer...”, sinto como se eu fosse vomitar, como se eu tivesse levado um murro na barriga. Isso é real? Ou será que ele está me fazendo de boba? Pensei e repensei. Cheguei à conclusão que iria ficar com ele, irei iludi–lo, magoá-lo, ele não tem o direito de brincar com meus sentimentos, se isso for algum plano diabólico e ele está pensando que eu que irei ficar apaixonado e depois ele irá me largar, ele está muito enganado e que se inicie a vingança. Por trás de todos esses pensamentos eu sorri olhando em seus olhos e com todo o plano elaborado, todas as ofensas que um dia ouvi ecoam em meus pensamentos, então o abraço e o beijo.
Olho em seus olhos, nós conversamos, ele nem se quer desconfia que o preço de tentar brincar comigo saíra muito caro. Ele me elogia, com seu seus dedos desenha meus lábios, seu sorriso cínico e aparentemente feliz tomam forma em seus lábios, ele me abraça forte e sinto uma pontada em meu coração, meus olhos se enchem de lágrimas e rapidamente olho para o céu e respiro fundo, quando ele me solta olho para o chão e minto dizendo que algo caiu em meu olho, ele leva a mão em meu queixo e me olha, com seu polegar na minha bochecha se aproxima, tira meu óculo e fica bem próximo do meu olho, sopra lentamente. Olho para ele, eu estou paralisada, o que foi isso? Ele está cuidando de mim? Porque estou me sentindo frágil desta forma, meu coração acelera, meu corpo se arrepia e num piscar de olhos seus lábios estão beijando meu pescoço. Com o óculo de volta no rosto, reviro os olhos e respiro fundo, fecho os olhos e logo nossos lábios se encontram mais uma vez, mas dessa vez é diferente, meu óculos fica manchado. O empurro e resmungo, ele me puxa contra seu corpo e tira o óculo do meu rosto, me olhando de perto, a chuva começa a cair, molhando meu cabelo que está na chapinha, mais uma vez o empurro e fico de costas para ele, tento proteger meu cabelo. Ele me chama de fresca e me puxa pela cintura, beijando meu pescoço e mordendo levemente minha orelha, me viro e ficamos defronte um para o outro, ele segura em minha mão e me guia para perto de um restaurante, para nos proteger da chuva. Minha prima continua se pegando com o rapaz debaixo da árvore, eu olho em direção a ela e sorrio, com a cena hilária.
Ele coloca sua mão quente em meu rosto, o sinto e olho para cima, ele é mais alto que eu, ele sorri.
–Baixinha! –ele cochicha.
–Idiota! –falo séria.
Ele beija minha testa e me abraça, ao perceber que estou com frio, beija o topo da minha cabeça e me acolhe em seu peitoral magro. Sinto seu coração bater acelerado e por um minuto repenso em tudo que pensei anteriormente, e me afasto dele, chamo minha prima para irmos embora, tenho que sair daqui, eu preciso sair, estou confusa.
 –Lise, por favor, fique mais um pouco! –ele pede.
–Está tarde, depois nos falamos! –minto e pego na mão da minha prima, ela resmunga e nos dirigimos para casa.
Ela fala inúmeras coisas, mas não presto atenção, respiro e inspiro. Ela desce a ladeira que dá acesso a casa dela e eu caminho rápido para casa. Entro, fecho o portão e em seguida a porta e me dirijo ao meu quarto, visto meu pijama e me deito na cama, olho para o teto tentando entender o que se passa dentro de mim e me celular vibra em cima da cama, olho para ele e vejo uma mensagem.
Ele: Quando iremos no ver novamente?

Vejo a mensagem, respiro fundo e coloco o celular no chão, em seguida viro e durmo.

-Nívea Alves

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Persista!




Já ouvi muitos falarem que eu não iria conseguir. Desista, assim será menos frustrante, eles diziam. Eu fiquei triste a principio, mas logo ergui a cabeça, respirei fundo e abri os olhos, olhei para o céu e descobrir que desistir não estava em meus planos. Ninguém melhor do que eu sabia o que eu queria; o que eu quero.
Olhei para todos eles e sorri. Ainda eu irei provar que eu sou mais do que todos imaginam, irei provar que minha luta pelos meus objetivos não vai ser em vão, porque eu acredito, minha fé e minha luta resultaram em coisas maravilhosas, tanto que todos que falavam para que eu desistisse simplesmente vão se admirar com minhas conquistas, eu irei olhar para cada um e simplesmente dizer: Não desistam

-Nívea Alves

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Era para ser a nossa vez...




Tudo se torna mais difícil quando surge o seu nome; tudo fica confuso, um amor do passado tão presente para mim. Nossa história que ficou apenas no “era uma vez”, sem “final feliz”...
Quem diria que eu precisava passar por vários relacionamentos frustrantes para descobrir que meu coração só pertence a você, sempre pertenceu, talvez a nossa história nunca tenha acontecido porque eu tive medo, há como eu tive medo.
O medo, a imaturidade me fez te afastar e com uma ilusão boba de que eu nunca havia gostado de você, durante muito tempo vivi na sombra de uma mentira, eu sempre gostei de você, mas fui covarde e tive medo de admitir que você sempre será o meu amor...

-Nívea Alves

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

O que era sentimento, acabou virando gelo...





Sabe o que é mais doloroso? Saber que mesmo o tempo passando você ainda está magoado comigo. Não me responde não me olha, nem se quer me diz um “oi”. Quando você me ver a rua, sorrir um sorriso triste aposto, mas eu não te culpo como eu poderia? Se eu fui por diversas vezes malvada com você, destruí seus sentimentos, planos, seu coração. Se eu estivesse em seu lugar faria o mesmo, afinal como olhar para alguém que um dia tanto gostei e a pessoa simplesmente agiu friamente e detonou com meu emocional?
Quer saber? Você tem razão! Mas eu também tive minhas razões que claramente não justificam, mas eu te pedi perdão pelos meus erros, eu falei, escrevi, tentei te falar, tentei gritar, mas minha voz não saiu. Sabe? Eu sonhei com você, três vezes, na primeira vez ao acordar e ir trabalhar, eu fui “contemplada” com um panfleto com seu nome e o seu número, na segunda vez te vi três vezes, na terceira vez você nem me olhou e eu decidi que era esse o momento de te escrever, uma carta anônima, falando sobre mim, sobre nós, sobre o que aconteceu em nosso passado. Você não respondeu, falei em redes sociais e você ignorou, mas tudo bem, eu não posso forçar ninguém a falar comigo.
Hoje sigo com a consciência limpa, uma vez um senhor me disse: “Quando você pede perdão por um erro que cometeu, com uma pessoa, você automaticamente está perdoada, mas se a pessoa decidir não te perdoar, a culpa fica completamente para ela.” E ele tem razão, tentei de todas as formas, é uma pena que só fui perceber meu erro depois de muitos anos, é uma pena na verdade, mas o que importa de verdade é que eu fui lá, eu assumi meus erros, eu falei claramente que errei, falei sobre minhas razões sobre tais atitudes, eu falei. Você não quis ouvir. Ok. Mas a culpa já não é minha, apesar de tudo, eu só quero que você seja feliz...

–Nívea Alves

O MENINO JOSUÁ

A fome que me mata aos poucos, deixa minhas costelas aparentes, meu corpo fraco, minha visão turva e o descaso bem aparente. A fome da ignor...