Cheia de fases, metamorfoses e mudanças repentinas.



O dia está chuvoso, parece que o que eu sinto a natureza representa, tempestade é assim que me sinto como cada gota de água que cai do céu. Como o vento frio que sopra e arrepia todo meu corpo, como os trovões e raios. É complicado e talvez até inexplicável, porque eu não sei o que acontece dentro de mim, uma hora sou chuva, outrora sou sol, quente e brilhante...
É tão complicado explicar os meus fenômenos, minhas loucuras, meus momentos, o meu eu. É muito ridículo falar que o que sinto não tem explicação? Que meu humor muda de uma hora para outra? Que sorrio e ao mesmo tempo quero chorar? É muito louco falar que o que sinto não tem uma palavra se quer que descreva?
Hora eu sou furacão devastando tudo por onde passa, outrora sou brisa leve e com um sorriso estampado no rosto. Hora eu sou maré alta e turbulenta, hora eu sou mar calmo que contempla o pôr do sol. São tantas metamorfoses, são tantos fenômenos que prefiro dizer que sou tudo, tudo de bom e tudo de ruim, sou tão humana, sou tão frágil e ao mesmo tempo sou tão bruta, ignorante e às vezes egoísta, sou tantas coisas em uma só. Sou apenas eu: louca, mimada, sorridente e palhaça, cheia de fases, metamorfoses e mudanças repentinas. Uma hora eu quero, outrora não quero mais, uma hora desejo, outrora desprezo; uma hora eu sorrio outrora eu choro; uma hora eu sou meiga, outrora sou mais bruta como um lenhador quando parte a madeira ao meio...
Eu sou, sou cheia de manias, cheia de mimos, sou devastadora como furacão, sou destruidora como vulcão, sou raio em tempo de chuva, sou mar agitado que afunda os barcos dos marinheiros, eu sou...
Eu sou sorridente, alegre, eu sou o sol forte e brilhoso, eu sou brisa leve, ao tocar o corpo, eu sou chuva ao molhar o rosto, calma e singela, eu sou mar calmo que acolhe os marinheiros, eu sou turbilhão de coisas, eu sou...

–Nívea Allves

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