Eu e as flores
Sempre gostei de flor vermelha, eu a acho magnífica, sua beleza e cheiro
incontestável literalmente. Quando pela primeira vez ganhei uma flor vermelha
eu cuidei, amei e sempre ficava a admirá-la, mas dentro de alguns dias ela foi
murchando e murchando...
Mas
eu não a joguei fora, o por quê? Então ainda que ela estivesse murcha eu a admirava,
era bela, muito linda e toda vez que a vida eu abria um sorriso bobo, pois sempre
me lembrava do momento belo que ela me proporcionou, eu a guardei em uma
caixinha em formato de coração essa caixinha é especial, só guardo coisas nela
se realmente forem importantes e marcantes.
Passaram-se anos até ganhar um lindo buquê de alguém que considero muito
especial e um grande amigo, com esse buquê não foi diferente separei uma das
flores e a guardei na caixinha. São coisas bobas, eu sei, mas que fazem parte
de mim, de quem eu sou.
Da
primeira flor passaram-se quatro anos a segunda flor iria completar um ano que
estavam na caixinha, até que hoje pela manhã resolvi abrir a caixinha em
formato de coração e vê-las, bem, elas estavam muito feias, uma delas tinha
virado pó só tinha lhe restado o talinho, a outra ainda estava com a aparência de
uma flor, mas com as pétalas escuras estava com a aparência repugnante, mas de
certa forma me fizeram vê que aquilo era normal, literalmente, estavam dentro
de um “coração” eram lembranças de um passado que eu insistia em guardar comigo
era bonito guardá-las, mas o que de fato era importante era o que elas
representavam para mim. Eu as guardava para lembrar-se dos momentos que as
ganhei, pelo menos era o que eu pensava. Mudei de idéia, não preciso guardá-las
para me lembrar dos momentos...
As
pessoas que me deram elas marcaram minha vida sim, mas não precisava guardar
para lembrar quão especiais foram esses momentos, quão especial foram os
momentos em que as vi, eu não precisava daquilo! Eu tinha que deixar o passado
passar e não guardá-lo junto a mim. Os momentos acabaram as flores que um dia
significaram inúmeras coisas pra mim, hoje em dia já não significam nada, pois
acabou tudo se foi, murchou, morreu.
Eu
joguei o pozinho que um dia foi uma flor e joguei a flor que um dia foi bonita,
mas que estava repugnante. Então deu espaço para novas flores, mas dessa vez
flores amarelas de um buquê em que eu pegara em um casamento, essas flores eu
guardo com muito carinho, pois foi fruto e fez parte de uma linda união de
amor, um amor tão puro e lindo, de se vê nos olhos dos noivos. Então as flores
amarelas estão guardadas na caixinha de coração, não para que me lembre apenas
do momento, mas também pelo simples fato de toda vez em que eu a vê sentir a
alegria e beleza que elas transmitem, mesmo murchando irá continuar tão bela
quanto da primeira vez em que as tive em minhas mãos.
-Nívea Allves
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