A traição (Parte 3)


  Ao chegar ao hospital fui atendida por um médico muito legal, que logo cuidou da minha mão.
-Nossa! –Ele estava surpreso. –O que aconteceu com sua mão?
-Então fui da um murro na cara de alguém, e meio que acho fraturei a mão. – Eu estava vermelha, de fato com vergonha da situação.
-Você é lutadora? – O bondoso médico pergunta.
-Não. – sorri.
-Assalto? Briga? – Ele questiona com curiosidade.
-Na verdade foi na cara do meu ex, ele me falou barbaridades, não me contive e quando menos notei já tinha dado um murro na cara dele. O cretino ainda me fez fraturar a mão. –Conto o que de fato aconteceu.
-Nossa então foi bem sério, desculpa se estou sendo invasivo, ou curioso demais. É que não é normal uma garota socar a rosto de alguém. –Ele sorri.
-É não levo jeito para isso. Não se preocupe tudo bem.
  Ele imobiliza minha mão, e diz para que eu não a movimente muito, pelo menos durante quinze dias. Eu o agradeço. Ele gentilmente me dá o cartão dele, caso eu venha sentir dor, ou aconteça alguma coisa com minha mão.
  Volto pra casa tranquilamente, tomo um banho com todo cuidado necessário para não molhar mão imobilizada e logo vou comer alguma coisa, e depois dormir. Foram tantos acontecimentos. O dia foi muito longo, prometi pra mim mesma que não choraria por ninguém, e antes de um “eu te amo” ser me dito verificarei se é de fato real.

  Tudo voltou ao normal. Até que depois de alguns dias desastrosamente tropecei no tapete da sala, e para diminuir o impacto da queda pus as mãos na frente, e mais uma vez me vejo chorando de dor, machuquei a mão fraturada. –Que ótimo, só me acontece coisas “boas” ultimamente. – suspiro de raiva em meio ao choro. Então resolvo ligar para o bondoso médico que me atendera dias atrás.

(CONTINUA...)

-Nívea Allves


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