"Cada um oferece o que tem..."



  Eu já ouvi muito: “eu te amo”, já me disseram: “confie em mim, estarei aqui quando todos se forem”. E o que  aconteceu? Bom, fui traída, abandonada, fui literalmente uma trouxa.
  Hoje eu confio desconfiando, afinal confiança quebrada uma vez jamais será restaurada, para mim lealdade é fundamental, principalmente quando se trata de algo tão singelo quanto sentimentos. Depois de muito cair eu aprendi a me levantar e percebi que o chão não é meu inimigo, mas sim meu amigo, ele me serviu de apoio para que eu me levantasse e me reerguesse. Enquanto as pessoas que mentiram, fingiram e me magoaram, estão vivendo cercadas de pessoas secas, falsas e cretinas cujo coração é tão ardente quanto à lava de um vulcão e suas maldades são invisíveis aos nossos olhos. O mundo deu voltas e eu percebi que não posso confiar em todo mundo, que por trás de rostos angelicais existem corações de trevas, maldosos e impiedosos. Hoje eu pratico o que eu aprendi que pessoas más, têm coisas más a oferecer, e as pessoas boas, são aquelas precisam oferecer amor a essas pessoas más.
  É difícil, é complicado, mas vale mais um coração puro e magoado que se reergueu e ainda oferece amor, do que um coração de trevas onde só existe maldade, e que o amor passa longe. Eu não tenho ódio, não tenho raiva e muito menos rancor, eu apenas sinto pena de pessoas que recebem amor e não sabem cultivá-lo, por que pobre não é aquele que não tem dinheiro, mas sim aquele que recebe amor, e não sabe acolhe-lo.
  Cada um oferece o que tem, enquanto muitos me oferecem espinhos, e tentam me queimar com a chama ardente de ódio, raiva e impurezas de seus corações, eu ofereço amor, eu abro os meus braços e lhes ofereço um abraço, enquanto eles dizem que me odeiam, eu falo com ternura o quanto eu os amo, por que amar não é tolice, não saber receber o amor que é idiotice. Então amai o próximo como a si mesmo.

-Nívea Allves



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