O HOMEM BÊBADO
PROJETO: CONTO O QUE VEJO
O homem bêbado traz o
sorriso nos lábios e o sofrimento nos olhos, com uma vida cheia de perdas ele
sobrevive. Perdeu a mãe, perdeu o pai e agora o irmão. O sinônimo de sua
“felicidade” é a tristeza, visível em seu rosto.
Se embriaga para esquecer
a dor. A bebida é a sua única amiga, triste homem apesar de tudo ainda acredita
no amor.
Com o sorriso no rosto,
cambaleando quase caindo, ele brinca como uma criança, ele gosta mesmo é de
atenção. O homem e sua bebida, embriaga o corpo e a mente, mas sua alma
continua límpida.
Ele lembra do último
pedido de sua mãe: -filho para de beber!
E o homem bêbado lhe
responde: -só paro de beber quando eu morrer!
A bebida grudada em seu
corpo e em sua mente, embriaga-se para esquecer dos problemas, para afastar a
solidão. Com humildade no coração ele revela de forma singular seu segredo:
-está me vendo sorrir? Eu não sou feliz, eu sou triste, mas eu gosto de ver as
pessoas sorrirem. E logo um sorriso triste brota em seus lábios ressecados.
O mundo ganha uma nova
forma para o homem bêbado, quando ele desabafa e é ouvido, o sorriso seus
lábios mais uma vez some, dando lugar a tristeza, como se fosse vergonhoso
chorar, ele pede desculpa, mesmo sem ter culpa. Embriagando-se mais uma vez,
destruindo suas certezas e se afogando em suas ilusões.
Pobre homem bêbado, tão
cheio de sabedoria e se permitindo desmoronar em nome do álcool que toca seus
lábios, saciando sua cede e lhe permitindo iludir-se até a última gota.
Sobrevivendo os dias arrastados, com o litro de pitú do lado, ele anda por aí,
sem rumo com a única certeza que no próximo amanhecer, beber será a sua única
saída.
Rendido pelo álcool,
refém da tristeza, o homem bêbado sobrevive seus dias de caos embriagando-se.
-Nívea Alves
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