Agapefobia (Medo de amar)
Boa parte da minha vida, eu passei incrédula que o amor de verdade podia existir, vivia num buraco, sem rumo, sem sentimentos, apenas eu e meus pensamentos, desse modo eu acreditava que jamais ninguém me machucaria, tão pouco me decepcionaria, fui vivendo dia após dia.
Quando alguém se aproximava de mim, eu simplesmente me afastava, na realidade tinha medo de quão as pessoas podem ser mal, então fui me isolando, aos poucos me acostumando com a solidão e mesmice do dia a dia, passei a observar o “amor” que alguns diziam ter, passei a vê inúmeras palavras de “eu te amo” e junto com elas traições, decepções, abandono e muita mágoa, vi pessoas chorarem por “amor”, as ouvi dizerem que não suportariam tanta dor em seu peito, que preferiam morrer, ao vê sua (seu) ex nos braços de outro alguém. E cheguei a uma conclusão...
As pessoas confundem amor com posse, sentimentos com autoridade, e carência com tudo junto, tolos! Nascemos sozinhos e morreremos da mesma forma, se a pessoa ao seu lado te merecesse, jamais te magoaria, por que se tem algo que vi e aprendi com essas observações é que o amor é puro, mas têm pessoas que não estão preparados para recebê-lo, tão pouco para dá a alguém, quantas palavras eu vejo escritas, quantas palavras eu ouço, “te amo, te amo, te amo!” Danem-se as palavras, se amas por que magoa? Decepciona? Trai? Eu não sou a melhor pessoa para falar de amor, mas eu tento entende-lo, tento entender o que se passa na cabeça e coração das pessoas, me desespero, é uma bagunça, uma confusão e junto com isso tudo muitas mentiras contadas, talvez para proteger, ou apenas para adiar o inadiável, decepção...
Definitivamente, o amor é uma loucura, na mesma intensidade de sensação de felicidade que ele trás, é a mesma intensidade de dor, sim o amor não é perfeito é um sentimento complexo de se falar e de sentir também, apenas alguns dos seres humanos tem a capacidade de senti-lo de verdade, de amar, respirar e viver do amor, mas quem sou eu para falar desse sentimento que me causa tanto medo? Quem sou eu para julgar alguém? Eu sou alguém que por muito tempo viveu na sombra do medo, da solidão, da imunidade e que tornou o coração gelado, medroso, mas que conseguiu sair do casulo e aprendi a voar sentir, ainda não amar; mas quem sabe um dia? Eu sou alguém que observa as pessoas, que escuto relatos, que vejo sentimentos demonstrados, que se põe no lugar do outro e que sou capaz de vê além do que boa parte das pessoas não vê... Eu sou alguém que me importo com o que o outro sente; como sente e como vive com isso...
-Nívea Allves
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